Nos últimos anos, o uso de agrotóxicos no mundo inteiro tem se tornado cada vez mais restrito. Entretanto, contra esta tendência, o mercado brasileiro tem incorporado cada vez mais o uso de agrotóxicos, inclusive alguns que são proibidos em diversos países da Europa e dos EUA.
Mas será que há alguma forma de equilibrar essas desvantagens e, ao mesmo tempo, tornar o uso desses alimentos um diferencial competitivo no mercado?
A população vem se conscientizando cada vez mais sobre as consequências negativas do uso excessivo de agrotóxicos. Recentemente, a notícia de que meio milhão de abelhas mortas foram encontradas devido ao uso excessivo de agrotóxicos levantou uma discussão importante: até que ponto podemos usar esses produtos com o mínimo de segurança para a espécie humana? Não se trata apenas da população de abelhas: com a pulverização de agrotóxicos, a fauna e flora ao redor das plantações também são atingidas, bem como os lençóis freáticos. Ou seja: os agrotóxicos acabam contaminando não só os alimentos cultivados, mas a água, os animais e claro, a população de maneira geral.
Além disso, cerca de 60% de toda a produção vem de pequenos agricultores, que não recebem instrução adequada sobre o uso desses agrotóxicos. Por isso, muitos deles acabam usando desnecessariamente quantidades muito superiores ao recomendado, trazendo risco para a própria saúde e, claro, onerando a produção, uma vez que quantidades menores poderiam ser utilizadas. O próprio método de aplicação por pulverização provoca perda de produto, uma vez que há muita dispersão.
No mercado existem alternativas ecológicas, como inseticidas naturais: o óleo de Neem é um bom exemplo. Originária da Índia, esta planta possui poderes inseticidas, espantando colchonilhas, lagartas e parasitas em geral. Contudo, sua aplicação não deixa resíduos perigosos à saúde humana e nem contamina o solo e a água. Outras opções incluem o controle biológico de pragas, uma vez que muitos animais e insetos se alimentam dos parasitas de plantas, como é o caso das joaninhas. Por isso, se você der de cara com uma joaninha numa plantação, pode comemorar: ela está feliz e se alimentando de parasitas que poderiam prejudicar as plantas.
O controle biológico por exemplo, ainda possui a vantagem de não gerar custos adicionais para o agricultor. Até mesmo algumas especiarias e receitas caseiras podem acabar com pragas agrícolas e há opções que usam alho, sabão de coco, canela, casca de ovo. Além disso, a decomposição desses alimentos no solo torna-o mais fértil, beneficiando os plantios de maneira geral.
No Brasil, já há opções de fornecedores de orgânicos em diversos produtos que vão muito além de hortifrúti: é possível encontrar leite, carnes, ovos, PANC’s, flores comestíveis, cogumelos e queijos livres de agrotóxicos. Quanto ao custo, como restaurantes costumam comprar em grande quantidade, é possível negociar melhor os preços diretamente com os produtores. Assim, cortando intermediários (já que não necessariamente você precisa comprar de supermercados ou distribuidores como o CEASA), é possível economizar bastante e ainda oferecer aos seus clientes produtos de qualidade.
Gostou da ideia? Pesquise fornecedores e feiras de orgânicos na sua região! Muitos deles oferecem produtos aos consumidores finais e poderão te oferecer produtos diferenciados e que farão diferença para a saúde e satisfação dos seus clientes!